3 de outubro de 2011

Policial é agredido covardimente e tem arma roubada ao atender ocorrência



Um policial responsável pela segurança se transformou em vítima ao atender uma ocorrência em Áurea, na noite de sábado. Agredido por três homens ele teve a arma e o colete roubado e foi agredido a coronhadas, socos e chutes. Tiros também foram disparados contra a viatura e o policial. Os homens foram presos.

Veterano da Brigada Militar, o sargento Célio Kuiavinski abordou um motociclista que circulava em alta velocidade e sem capacete na avenida principal da cidade, por volta das 19h. Ronaldo Moreno, 30 anos, que pilotava a moto, também estava sem os documentos. Ao ver a abordagem, o irmão dele Claudir José Moreno, 35 anos e um empresário da cidade, Ricardo Mostifaga, 27 anos, que estavam em um bar próximo, foram ao local e passaram a agredir Kuiavinski.

Antes de deixar o local os homens ainda atiraram contra a viatura do militar, furando os quatro pneus e depois dispararam conta o PM, sem conseguir acertar. Um morador que assistiu a toda a agressão socorreu o policial e o abrigou dentro de sua casa até que os reforços chegassem de outros municípios.

- Pouco depois o cara voltou com a arma do PM na mão e ficou gritando na rua, dizendo que queria terminar “o serviço”. Iam matar o policial _contou o morador, que prefere não se identificar.

Moreno, que também é caminhoneiro, abandonou a moto e tentou fugir com o caminhão em direção a Erechim, quando foi preso por policiais militares. Ele apontou onde havia escondido o colete do policial, sob sacas de erva-mate no local em que estivera descarregando o caminhão. Perto da carreta a polícia também encontrou os carregadores de arma do policial, já sem munição.

Os outros dois homens foram presos em casa, logo após o fato. Eles tiveram a prisão homologada pelo juiz de Gaurama e foram levados para o presídio de Erechim. Eles devem ser indiciados por tentativa de homicídio e roubo.

Medicado no Hospital Santa Terezinha, de Erechim, Kuiavinski teve diversos hematomas no abdômen e levou pontos nos cortes na cabeça. A Brigada Militar fez buscas na estrada vicinal que serviu como rota de fuga para Moreno, mas não conseguiu localizar o revólver calibre 38 da brigada Militar. Em Áurea o efetivo da Brigada Militar é de quatro policiais, mas um está de laudo saúde, outro de férias e um terceiro fazia um curso em Porto Alegre esta semana, por isso Kuiavinski trabalhava sozinho no sábado.

Foram covardes, não vou me amedrontar

Aos 51 anos, destes 29 anos dedicados ao serviço da Brigada Militar, o sargento Célio Kuiavinski ainda não consegue entender a motivação dos três homens que o agrediram durante o atendimento de uma ocorrência. Com três filhos, ele atua há 90 dias em Áurea, onde reside com a família. Ainda chocado com a agressão, ele conversou por telefone com a reportagem de Zero Hora.

ZH – O senhor esperava por esta reação?

PM – Áurea tem ocorrência de desordem, menores bebendo e fazendo cavalinho de pau, então a gente tenta coibir, aborda, pede documentos, mas nunca imaginei que isto fosse acontecer.

ZH – Como lhe agrediram?

PM – Eles chegaram enquanto eu atendia a ocorrência e um deles me deu um soco. Caí no chão e os três vieram para cima, arrancaram meu colete e minha arma e me deram cinco coronhadas. Tive que fingir que estava morto para pararem, e daí passaram a atirar contra os pneus da viatura. Atiraram contra mim de cima, mas erraram. Eu me via morto, achei que não saia desta.

ZH – Esta atitude deles vai mudar a forma como o senhor trabalha?

PM – Eles fizeram algo covarde, mas não vou me amedrontar e deixar de atuar pela sociedade, vou continuar o meu trabalho.

CONTRAPONTO

O que dizem Erico Alves Neto e Angela Arpini, advogados dos acusados:

” Na verdade não houve tentativa de homicídio, se quisessem matá-lo, teriam feito, atiraram apenas contra a viatura. Ricardo não teve qualquer participação, apenas deu uma carona ao tio Claudir e deixou o local. Eles alegam que apenas se desentenderam, os ânimos esquentaram, e a situação saiu de controle. Também não havia intenção de roubar, ele só pegou o colete e a arma e se desfez depois. Já pedi o relaxamento de prisão dos três”.

Marielise Ferreira|marielise.ferreira@zerohora.com.br
Fonte Zero Hora

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