23 de novembro de 2011

Se eu parar de tomar remédios, me mato’, diz PM doente por causa do trabalho

Marden Barbosa sofre de doença mental grave e transtorno bipolar. Segundo ele, enfermidades foram causadas pela profissão

“Minha médica falou que se eu parar de tomar os remédios, me mato”. Desabafo é do cabo reformado da Polícia Militar, Marden Ubirajara Barbosa, um dos diversos agentes da segurança pública que sofrem com problemas de saúde mental ocasionados pela profissão.
Com 35 anos, Barbosa vive em uma casa simples no bairro Canguru, região sul de Campo Grande, e foi aposentado por invalidez em março deste ano. Além da doença mental grave, o policial sofre de transtorno bipolar.
Na receita médica do ex-policial, constam remédios antipsicóticos, antidepressivos, para controle da pressão e estabilizadores de humor. Segundo ele, a medicação chega a consumir mais de um terço da remuneração líquida, que é de R$ 700.
“São remédios caros. No fim do mês, eu e minha esposa pegamos amostras grátis em consultórios. Quando fico três dias sem tomar os remédios, não durmo, fico ansioso e assustado com tudo.”
Trajetória - Marden Barbosa ingressou na PM em agosto de 1998 e atuou primeiramente na região da fronteira com o Paraguai. Diversas situações começaram a mexer com a cabeça dele. Uma delas foi uma troca de tiros com traficantes.
“Eu escutei as balas cortando o mato. Depois daquilo, você senta na viatura e pensa: e se a bala pegasse em mim? Com o tempo, você aprende a conviver com a morte, com a violência. Muitos policiais mudam a cabeça, começam a achar que a violência é uma coisa normal”, relatou o policial aposentado ao Campo Grande News.
Barbosa foi transferido para Campo Grande em 2003. Em 2006, ficou dez dias preso sob suspeita de integrar uma facção criminosa. Daí em diante, os problemas do então cabo da PM se agravaram.
“Essa época foi difícil, não conseguia dormir, comecei a ter insônia, o pensamento de suicídio não saía da minha cabeça. Apesar de ter sido acusado de integrar facção criminosa, me colocaram para trabalhar no presídio. Aquilo mexeu comigo”, desabafou.
Marden passou por 17 inspeções de saúde na PM. Na última avaliação, ele foi declarado incapaz definitivamente para o serviço de policial militar, mas que poderia prover meios de subsistência e que a incapacidade não foi provocada pelo serviço.
“Que empresa me contrataria com esses problemas que tenho. Como posso trabalhar se minha médica falou que eu sou um risco, que não posso trabalhar mais na minha vida, que eu posso surtar a qualquer momento”, indagou o cabo reformado, que está pedindo correção do diagnóstico na Justiça.
Recluso em casa, o policial aposentado busca refúgio para os problemas na companhia da esposa e dos 11 cães de estimação. “Depois da doença, fiquei sentimental, choro fácil.”
Barbosa destacou ainda que vários colegas de profissão sofrem problemas. “Tem muito policial trabalhando no vermelho. Policial não tem amigos. A droga e a bebida, coisas que os policiais deveriam combater, são válvulas de escape. A sociedade deveria se preocupar mais com os nossos policiais”.
Reclamação constante - O vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militar do estado (ACSPMBM/MS), Cláudio Souza, explicou em entrevista ao Campo Grande News que não há estatísticas que mostram a quantidade de agentes afastados por causa de problemas de saúde mental.
“O que nós sabemos é que, na nossa rotina, é constante a reclamação de falta de acompanhamento e auxílio no tratamento.”
Segundo Souza, muitas vezes, o agente sofre ‘bullying institucional’. “O camarada que tem problema metal às vezes é tratado como enrolão, aí ele não procura tratamento e isso acaba aumentando o estresse desse servidor.”
Além das adversidades da profissão, o vice-presidente da associação destaca três fatores que contribuem para o agravamento dos problemas de saúde mental dos agentes.
“Baixa remuneração, carga horária de trabalho indefinida, ou seja, o agente trabalha o quanto necessário para cumprir escalas, e a falta de ascensão funcional, de promoções”, detalhou Souza.

Fonte: Campos Grande News

Policial Militar de Pernambuco continua sendo perseguido por ter exercido seu direito de expressão em seu blog

Mais uma vez, a PMPE mostra que a ditadura militar esta entranhada nas veias de alguns de seus componentes

E esta prova aconteceu no dia de hoje, por volta das 3 horas da tarde, onde pela segunda vez estão tentado a todo custo expurgar das fileiras da corporação o blogueiro C. Santos


Desde novembro do ano passado, o blogueiro C. Santos, que é idealizador do blog Direito dos Policiais Militares do Brasil, vem sofrendo sucessivas violências pisicológicas, por causa de uma denúncia veiculada em seu blog, hoje dirigido por amigos que apoiam seu trabalho, enquanto o mesmo se recupera.  

Tudo isso esta acontecendo, depois do Sd C. Santos ter sido ameaçado na frente de sua esposa, pelo sobcomandante da época do 5º BPM em Petrolina, e fez uma denúncia em seu blog, com o título “A ditadura persiste nas Polícias Militares! Idealizador deste blog ameaçado por oficial da PMPE.” e foi duramente perseguido e penalizado, onde inclusive mentiras foram usadas contra o mesmo, que hoje se encontra afastado de suas funções em virtude dos constantes ataques que sofre. 

O mesmo foi covardemente processado e ainda estão tentando exclui-lo da corporação a bem da disciplina, através de um Processo de Licenciamento a Bem da disciplina, pois o mesmo não tem ainda 10 anos de serviço, pois faltam ainda 6 meses para completar a sua estabilidade.

De acordo com o mesmo, na tarde de hoje, mesmo estando afastado do serviço e com recomendação médica de que não deverá sofrer nenhuma punição ou responder processo algum, O CPS-II, através de seu Comandante, de forma insistente, vem forçando o soldado a comparecer a uma oitiva de um processo de Licenciamento, como se estivessem desesperados com o tempo, sendo que em virtude das condições do militar, não comparecerá ao chamamento deste Comando.


De acordo com o soldado, isso se deve ao fato de ter feito tal denúncia, e de que o mesmo vem solicitando uma viatura para leva-lo ao Recife, para tratamento médico e que isso vem gerando insatisfação de seu Comandante atual.

Venho lutando contra os abusos e arbitrariedades de alguns maus comandantes, por isso esta perseguição toda. eles estão desesperados, pois faltam 6 meses para minha estabilidade no serviço público e eles não terão esta facilidade de me excluir, diz o soldado quase em lágrimas.

Todo o caso já foi denunciado no Ministério Público de Pernambuco, mas até agora nada foi apurado e o processo se encontra parado a mais de 1 ano.

 Abaixo, o vídeo onde um vizinho gravou o momento em que os policiais Militares de Pernambuco foram a casa do soldado C. Santos na tentativa de faze-lo assinar a notificação de oitiva do processo de licenciamento, onde a mãe do soldado desce para informar do estado do filho e os motivos de sua recusa de receber a notificação:


Fonte: Comunidade de Policiais e Bombeiros do Brasil