Uma linha menos ideologizada e mais focada na investigação. É
esta a mudança almejada pelo governo Tarso Genro para 2ª Seção do Estado
Maior da Brigada Militar, ou PM2, como é conhecido
o serviço de inteligência da BM. O posicionamento do governo ficou
explícito ontem em entrevista em que o governador, ao comentar o
andamento da investigação dos protestos clandestinos de PMs, criticou o
setor de inteligência por “estar preparado para vigiar movimentos
sociais”, mas despreparado para investigar crimes envolvendo integrantes
da corporação.
Com a justificativa de que seu trabalho é de “natureza sigilosa”, o major Alberi Rodrigues Barbosa, encarregado da PM2, anunciou que não se pronunciaria sobre as declarações do governador, feitas em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Ontem, vazou a informação de que a inteligência da Brigada Militar trabalha com uma lista de cinco nomes envolvidos nos dois protestos ocorridos nos arredores do Palácio Piratini, um deles, no dia 16 de setembro, com um explosivo de verdade (embora sem detonador). O ato é interpretado por um fonte ligada ao governo como “mostra de serviço” diante da irritação de Tarso com a morosidade da investigação, o que poderia servir de estopim para a reformulação na PM2.
– Eles sentiram que a cabeça estava se afastando do corpo – comenta uma fonte, insinuando demissões iminentes.
O secretário da Segurança, Airton Michels, que vem sendo os olhos e os ouvidos do governador no acompanhamento das investigações sobre os protestos clandestinos, soube pela Rádio Gaúcha da existência da lista de suspeitos.
Mudança de enfoque foi recomendada a oficiais
Jair Krischke, conselheiro do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), um dos primeiros no Rio Grande do Sul a pedir mudanças na PM2, faz coro às declarações do governador sobre o foco necessário para o setor da Brigada.
– Em uma sociedade democrática, o serviço de inteligência é fundamental para auxiliar as forças policiais no combate aos criminosos. É necessário que a PM2 deixe de lado a Guerra Fria e passe a viver na democracia – avalia o especialista.
Agentes da inteligência já vêm sendo deslocados para o combate a quadrilhas criminosas. Documentos que circulam entre os oficiais da BM recomendam a mudança. Mas, como um deles declara, a mudança de foco mexe em uma questão cultural do serviço de inteligência, que não se altera da noite para o dia. Mesmo que o governador decrete.
CARLOS WAGNER
Com a justificativa de que seu trabalho é de “natureza sigilosa”, o major Alberi Rodrigues Barbosa, encarregado da PM2, anunciou que não se pronunciaria sobre as declarações do governador, feitas em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Ontem, vazou a informação de que a inteligência da Brigada Militar trabalha com uma lista de cinco nomes envolvidos nos dois protestos ocorridos nos arredores do Palácio Piratini, um deles, no dia 16 de setembro, com um explosivo de verdade (embora sem detonador). O ato é interpretado por um fonte ligada ao governo como “mostra de serviço” diante da irritação de Tarso com a morosidade da investigação, o que poderia servir de estopim para a reformulação na PM2.
– Eles sentiram que a cabeça estava se afastando do corpo – comenta uma fonte, insinuando demissões iminentes.
O secretário da Segurança, Airton Michels, que vem sendo os olhos e os ouvidos do governador no acompanhamento das investigações sobre os protestos clandestinos, soube pela Rádio Gaúcha da existência da lista de suspeitos.
Mudança de enfoque foi recomendada a oficiais
Jair Krischke, conselheiro do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), um dos primeiros no Rio Grande do Sul a pedir mudanças na PM2, faz coro às declarações do governador sobre o foco necessário para o setor da Brigada.
– Em uma sociedade democrática, o serviço de inteligência é fundamental para auxiliar as forças policiais no combate aos criminosos. É necessário que a PM2 deixe de lado a Guerra Fria e passe a viver na democracia – avalia o especialista.
Agentes da inteligência já vêm sendo deslocados para o combate a quadrilhas criminosas. Documentos que circulam entre os oficiais da BM recomendam a mudança. Mas, como um deles declara, a mudança de foco mexe em uma questão cultural do serviço de inteligência, que não se altera da noite para o dia. Mesmo que o governador decrete.
CARLOS WAGNER
Multimídia
- O QUE DISSE TARSO
Tenente investigado nega envolvimento
Investigado pelo serviço de inteligência
da BM, a PM2, como um dos responsáveis pela colocação de uma bomba a um
quarteirão do Palácio Piratini, o tenente Alex Caiel reagiu ontem com
uma gargalhada. O episódio foi considerado pelo governador Tarso Genro
como “ato criminoso”.
Zero Hora apurou que o nome de Caiel encabeça uma lista de cinco
pessoas apontadas pela PM2 como possíveis envolvidos nos protestos. Os
demais nomes não foram obtidos pela reportagem.No fim de semana, na casa de um dos cinco suspeitos, foi cumprido um mandado de busca e apreensão, sem resultados. Caiel é ex-candidato a deputado federal pelo PSOL e atual diretor de assuntos políticos da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da BM (Asstbm). Na tarde de ontem, na sede da entidade, ele negou envolvimento nos protestos.
– A minha candidatura pelo PSOL é pública. A minha vinculação com a Asstbm também é oficial. Portanto, não tenho nada a esconder. Acredito que meu nome tenha surgido porque alguém lá dentro do governo quer mostrar trabalho e está misturando as coisas para tirar o foco da questão salarial – afirma Caiel.
O presidente da entidade, Aparício Santellano, reforça o argumento:
– Somos contra e jamais concordaremos com ações desse tipo. O que temos é uma luta salarial, nada mais.
ZERO HORA
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